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quarta-feira, 8 de maio de 2013

ESQUIZOFRÊNICO MASCARADO.



Imagem da Internet.



Quando o sujeito põe na boca o discurso que diz que “o passado é passado e não interessa mais” como algo que não pode mais ser resgatado e denunciado como um apelo didático e simbólico de aprendizado sobre aquilo que poderia nos transformar em “versões melhores de nós mesmos” sinto um tremendo cheiro de cumplicidade no ar.

Talvez por medo de que com o aprendizado sobre as lições que o passado tem a nos ensinar e também sobre o que não se deve fazer ou sobre os erros que tornaram o passado um auxiliar determinante das consequências irresponsáveis que angustiam no presente, o sujeito, assim, quer que ele, passado, finalmente seja esquecido e que não seja mais evocado para que explique as angústias do presente e ajude as pessoas a se tornarem melhores aprendendo com as lições deixadas.

O discurso que deseja enterrar desesperadamente o passado pensa em se livrar logo dele porque está colado na origem das mazelas e não quer se reconhecer como coautor. Tal discurso quer ser atual e aberto ao novo que surge como negação do passado. Na verdade a base desse discurso é uma esquizofrenia latente.

A esquizofrenia aí citada resulta da inconsistência entre quem ele é e não quer ser e do desejo de adquirir uma nova identidade sem se identificar com a nova realidade.  Quer esquecer o passado como autor das mazelas, mas não quer aceitar o novo como aquele que pode nos ensinar a sermos “versões melhores de nós mesmos”.

Aqui se estabelece a questão da identidade. E essa identidade é calcada no apelo moral que a denúncia das mazelas nos revela. A esquizofrenia revela a imoralidade posto que o sujeito não deseja se tornar uma versão melhor de si mesmo. Deseja é continuar como agente causador de mazelas.

Se o sujeito não deseja mais se reconhecer como tendo sua identidade ligada ao passado gerador de irresponsabilidades, como foi que ele se transmutou no que é agora? É que ele não quer uma realidade nova que seja uma negação do passado. Ao invés de se transformar o sujeito se transmuta, ou seja, veste uma máscara. Ele não segue a marcha histórica, ele quer mesmo é ficar vigiando de lado aquilo que vem transformando a realidade. Desejando ardorosamente que nada se modifique, que tudo permaneça, que nada dê certo.

A história é contínua. Se levarmos essa proposição ao limite aceitaremos que não se entenderá o que existe no presente sem conhecermos, ou lembrarmos o que precedeu o presente.

Floriano está vivendo momentos que o discurso que diz que “o passado é passado e não interessa mais” está chamando de enigmáticos. A incompreensão dos momentos atuais é uma forma de acalentar o passado, é uma forma de negar o que vem sendo feito como forma de ensinar o que não se deve fazer na administração pública e o que uma administração irresponsável e perdulária pode deixar como consequência.

O prefeito de Floriano, Gilberto Junior, sempre que instado a falar dos problemas herdados e que estão dificultando a concretização de seus objetivos administrativos propostos na campanha sempre faz referência às mazelas do passado, inclusive as que gerarão denúncias criminais contra os malfeitores.

Gilberto Junior não pode assumir para si um passado irresponsável e perdulário para explicar que as consequências terríveis herdadas pela sua administração não tiveram causas no passado. Seria uma atitude, no mínimo, temerária.

O passado tem sim de ser referenciado sempre. Ou então se coloque na conta do presente aquilo que teve a sua origem na irresponsabilidade do passado.

Que Gilberto Junior assuma a culpa das consequências irresponsáveis do passado é isso o que deseja o discurso que apressada e desesperadamente quer enterrar esse passado.

O discurso que diz que “o passado é passado e não interessa mais” só cabe bem na boca de quem é representante da irresponsabilidade e, sendo assim, nunca vai se tornar um sujeito melhor. 

Vai permanecer sempre colado ao passado irresponsável que defende por meios tortuosos. Até mesmo sem saber. 



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