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sábado, 5 de janeiro de 2013

CAI FORA.





Vivemos dias insuportavelmente aborrecidos porque estão, em geral, querendo que todo mundo se comporte baseado no que filósofos estão chamando de “a praga do Politicamente Correto” que, grosso modo, é a padronização dos comportamentos baseada na hipocrisia. Não se deve dizer o que tem de ser dito porque o outro pode se sentir ofendido.

Ora mais, se alguém fez algo errado e a própria sociedade criou mecanismos para sancionar aqueles que não correspondem ao papel social a ser desempenhado, então, agora, não se pode mais aplicar as sanções porque o sujeito vai se sentir ofendido. Isto é hipocrisia. Fingir que o outro não fez nada de errado e ainda assim tratá-lo igualmente como o outro que se empenha para corresponder às expectativas sociais.

O ex-prefeito de Floriano foi o mais incompetente e perdulário inconsequente na administração pública. Deixou a cidade destruída, as instalações da prefeitura em péssimas condições apesar de ter declarado altos valores em reforma, deixou de pagar integralmente os direitos trabalhistas dos funcionários, deixou os equipamentos de funcionamento fundamentais em estado deplorável, deixou de recolher o lixo por quase um mês, deixou os buracos nas ruas sem reparos... e, ainda assim, não pode ser sancionado publicamente por causa de seu descalabro administrativo.

Uma forma de sanção social aplicada impiedosamente pelos cidadãos de nossa cidade em várias situações foram as vaias que ele recebeu publicamente. Outra forma de sanção foram os resultados de pesquisas eleitorais que informaram a opinião dos cidadãos sobre a sua administração. 70% disse que ele, como prefeito, foi medíocre. Então, todo mundo já sabia, ele já sabia, de que forma poderia ser tratado na cerimônia de transmissão do cargo.

Mas um providencial arranjo politicamente correto foi armado pelo seu cerimonial para que ele, mais uma vez, não sofresse sanções sociais. Ele foi receber o atual prefeito, GILBERTO JUNIOR, no meio da entrada que leva à prefeitura. Então, nada mais salutar que depois de transmitido o cargo o atual prefeito o fosse deixar no mesmo lugar em que foi recebido. Contudo, entrou em vigor o tal arranjo politicamente correto. Foi anunciado nos alto-falantes que o atual prefeito iria deixar o ex na porta de seu carro que estava estacionado no começo da entrada.

Resultado: as pessoas não puderam aplicar-lhe a merecida sanção social a que ele já está acostumado, vaias, porque ficaram divididas entre vaiá-lo ou aplaudir o atual prefeito. Foi um arranjo, devo reconhecer, bem feito. Deu certo. Ele não foi vaiado. No entanto, não foi porque não merecia nem muito menos porque as pessoas que ali estavam não queriam. Porém foi porque o arranjo politicamente correto funcionou.

Mas eu com minha também providencial postura contrária ao politicamente correto, ou seja, meu comportamento politicamente incorreto, disse bem alto e a uma distância pequena do ex-prefeito: Cai fora. Logo em seguida, algumas pessoas próximas a mim me parabenizaram dizendo que era isso que estava entalado na garganta delas, cai fora.

Cai fora da prefeitura, perdulário inconsequente. Cai fora da vida pública de nossa cidade, incompetente e autoritário. Cai fora da administração pública, “desequilibrado” (como o definiu o Secretário Estadual de Transportes, AVELINO NEIVA). Cai fora, enfim, tudo aquilo que ele representa como político.

Minha luta para defenestrá-lo do poder valeu a pena nesses oito anos que ininterruptamente denunciei todos os seus desmandos, falta de responsabilidade, descasos, malfeitos e a destruição da cidade e do patrimônio público.

Cai fora.

Cai fora, incompetente.


P. S.: Se você desejar saber mais sobre a “praga do politicamente Correto”, leia o livro “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia”, de LUIZ FELIPE PONDÉ.



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