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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ELE GOSTAVA DE SOFRIMENTO.

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Quero falar de FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE (1844-1900) numa linguagem do cotidiano. Filósofo alemão filho de pastor e de família tradicionalmente ligada ao Luteranismo. Ainda muito jovem teria contraído sífilis num bordel o que veio transformar a sua vida em dor e sofrimento até chegar aos seus últimos dez anos em estado de loucura. Foi internado depois de fazer várias coisas desconcertantes para um homem como ele.
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Começou a andar nu, dizer que era Cristo, Alexandre, o Grande e outras grandes figuras. Terminou a sua vida em casa sendo cuidado pela irmã que explorou editorialmente a sua obra. Sofreu feito um condenado: enjôos, náuseas, vômitos, dores nos olhos, vômitos, enxaqueca. Talvez por isso ele desenvolveu seu pensamento filosófico defendendo que o sofrimento é o que pode fazer do homem um ser melhor.
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Aos amigos ele dizia: “A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de auto-confiança, e a desgraça dos derrotados." Porque, para ele, dos momentos ruins podem surgir coisas boas. Superando a dor e o sofrimento, como se pode superar a subida de uma montanha, é que se pode alcançar o objetivo de forma prazerosa. O prazer decorre dessa superação.
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O sucesso decorre sempre da superação dos problemas. Enfrentar os fracassos é o caminho para a transformação do homem em super-homem. E isso se faz quando, sofrendo, utilizamos o sofrimento para criar coisas nobres, belas. Daí a base da afirmação que de coisas ruins podemos fazer coisas boas.
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O verdadeiro homem é aquele que não se esconde dos problemas como um animal acuado que se embrenha no mato. Nem tampouco aquele que bebe para esquecer os problemas. Nem mesmo aquele que vai à igreja escutar as pílulas de auto-ajuda receitadas pelo cristianismo. Por isso NIEZSCHE odiava a bebida e a doutrina cristã.
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O homem de verdade vive seus problemas e os utiliza em seu benefício superando as dificuldades para gozar as conquistas. Esconder os problemas, fingir que não existem, ou ser negligente é a pior idiotice que um homem pode fazer. A felicidade decorre da força do enfrentamento e da solução desses problemas. A bebida e o cristianismo dizem que o homem deve esquecê-los para ser feliz. NIETZSCHE era radical em sua postura em defesa do sofrimento como meio de o homem se superar.
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Foi perseguido por isso. Seus colegas não reconheciam o brilhantismo e ineditismo de sua Filosofia. Diante disso ele disse que seu pensamento só seria entendido por uma geração superior a de seu tempo. “Sou um Filósofo póstumo”. E não é por acaso que ele se transformou num dos pensadores mais pesquisados e lidos nos dias atuais.
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Mesmo que no livro de registros de nascimento e morte esteja escrito, por religiosos, que ele foi o "Anti-Cristo" - coisa de religião -, no meu limitado entendimento ele estava certo em grande parte das coisas que disse. Discordo de sua postura em defesa da aristocracia. O ideal de homem para ele era o aristocrata, o único com a moral de vontade de poder, de dominar. O pobre era o típico possuidor da moral de escravos, ressentidos.
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Mas sigo as suas ideias apenas como um norte e também nas coisas com as quais penso como um meio para ser feliz.
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2 comentários:

Flávio Cavalcanti disse...

Professor Jair,

Você já leu o livro “Quando Nietzsche Chorou”? Este romance retrata personagens reais do fim do Século XIX com ficção. Na sua essência ele enfatiza um encontro entre Nietzsche, Freud e Josef Bauer retratando um encontro entre a psicanálise, a filosofia e a literatura.

Flávio Cavalcanti

JAIR FEITOSA disse...

Olá Flávio.

Meu primo Laureno que mora em São Luis me presenteou com ele. Li e sorri quando chegou na parte em que Nietzsche chora. Logo um cara que utilizou e recomendava o uso do sofrimento como forma de superarmos os fracassos e problemas iria chorar diante dos deles. É ilário.

Mas de qualquer forma é um livro que pode muito bem ser utilizado como introdução ao pensamento dele pelos que não estudam Filosofia. O que, por isso mesmo, já valeu a pena existir.

Obrigado pelo comentário e um abraço.

Jair Feitosa.