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terça-feira, 16 de março de 2010

SR. ELMANO FERRER: QUER SABER COMO SE FAZ?

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ELMANO FERRER, vice-prefeito de Teresina (PTB) e SILVIO MENDES (PSDB) atual prefeito.
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ELMANO FERRER, vice-prefeito de Teresina e filiado ao PTB, deve assumir a prefeitura até o final deste mês com a saída de SILVIO MENDES (PSDB), prefeito, para concorrer ao cargo de governador. Ele deu uma entrevista ao programa “Conversa Franca” da TV Antena Dez de Teresina apresentado por PEDRO ALCÂNTARA falando de suas ações como futuro prefeito.

Ao falar daquilo que um prefeito deve fazer citou que as ações básicas (recolhimento de lixo, capina de mato, tapa buracos...) não devem ser citados como plano de ações. Isso é o básico do básico, ele sabe disso.

Caro ELMANO, se o sr. soubesse que em Floriano fazer o básico do básico é motivo de propaganda em todos os meios de comunicação (rádio, Internet, tv) de forma intensiva teria revisto a sua declaração. O prefeito daqui é filiado ao seu partido e a propaganda pretende ensinar como se administra uma cidade (dando a entender que é uma grande façanha) quando o locutor de voz bonita diz: “É assim que se faz”.

O prefeito de Floriano está limpando a cidade. Maravilha. O prefeito de Floriano está recolhendo o lixo. Maravilha. O prefeito de Floriano está tapando os incontáveis buracos da cidade. Maravilha. Quem não gostaria de viver em uma cidade bem cuidada? Todos. Ninguém tem nada contra o trabalho de manutenção e conservação do lugar em que vive. Seria uma estupidez reclamar que algo está sendo feito.

Mas precisamos examinar mais detidamente o motivo de tanta propaganda para anunciar algo que deveria ser feito diariamente. Algo que qualquer prefeito, com o mínimo de competência, deve saber. Será que o objetivo é anunciar as ações básicas que estão sendo realizadas?

Depreendo que não é bem isso. O prefeito de Floriano foi eleito no ano passado, segundo pesquisa do Instituto Data AZ e publicada no portal www.noticiasdefloriano.com.br, o 4º pior prefeito do Piauí. Neste ano ele foi estrondosa e vergonhosamente vaiado pela população durante o carnaval. E é inegável que a sua imagem está irremediavelmente negativada perante o povo de nossa cidade.

Como tentar reverter este fato insofismável? Propaganda. Muita propaganda. Principalmente depois que o promotor de Floriano o chamou à responsabilidade diante da epidemia de dengue que já há muito tem causado sofrimento, desconforto e prejuízo à população. Então, começou a tal operação de limpeza urbana. E tome propaganda. Será que estão tentando mudar o conceito negativo que a população tem do prefeito? A repetição intensiva vai mudar essa imagem terrível?

Quem não se lembra que o matadouro público só teve a sua situação de completa imundície diminuída depois que o promotor deu um prazo para a regularização do local? E do escândalo dos transportes escolares? Temos um pro-motor. (Me lembrei da história do "motor imóvel" de ARISTÓTELES, seria algo assim, grosso modo). Aquele que promove, inicia, induz movimento. Se assim não fosse, penso eu, a situação estaria pior. Seria uma inércia eterna. A ausência qualquer de movimento, de ações.

Assistindo à entrevista do promotor num programa da tv local no sábado 13/03/2010, fiquei sabendo do descontrole sobre a dengue que gerou a epidemia (expressão usada pelo promotor na entrevista) que acomete a população sofrida de nossa cidade. O promotor disse que mandou fazer um levantamento nos hospitais e laboratórios da cidade para saber qual a real dimensão da disseminação da doença. Foi constatado que, desde o começo do ano, já foram registrados mais de 363 casos. Isto é alarmante. É, na verdade, um descaso com a saúde pública.

Em seguida, no mesmo programa, o secretário de saúde do município disse que não há epidemia. Pois não há descontrole. Mas se houvesse controle necessitaria o promotor, para obter os dados reais, ele mesmo, mandar investigar? A culpa da epidemia seria das pessoas que vêm de outras cidades e utilizam, para poder receber o tratamento, endereço de florianenses. Então, a culpa não é da prefeitura que não fez o trabalho de prevenção. A culpa não é da prefeitura que não limpou o lixo, o mato e os buracos que empossam água. A culpa não é de ninguém.

Faltou o elementar trabalho de prevenção. Qualquer pessoa sabe que todo ano há risco de alastramento da doença devido ao período das chuvas se não houver um controle responsável. Por que o prefeito não fez esse trabalho? O secretário de saúde disse na tv que depois que, finalmente, iniciaram o trabalho de limpeza os casos de notificações da doença diminuíram. Quer dizer, o descaso com a limpeza pública da cidade fez centenas de pessoas sofrerem com a doença, e até mesmo correndo o risco de morrer, só por causa da falta de cuidado com a cidade? Foi isso que disse o secretário? Não? Pois a conclusão do seu raciocínio nos leva a esta constatação. Será que os eleitores do prefeito votaram nele para passar por esse descalabro? Então, é por isso, também que ele foi vaiado?

Mas a propaganda mostra imagens de muito lixo, muito mato, muita água empossada, muitos buracos que estão sendo remediados – o prefeito entrou na justiça, ano passado, contra o portal www.olhandofloriano.com.br porque mostra as mesmas imagens que a propaganda oficial está exibindo na tv. De onde veio esta epidemia de dengue, então? Trouxeram de outro lugar para cá? Foi importada? Não foram as péssimas condições a que a cidade está submetida, não?

Mas atenção, muita atenção: o prefeito de Floriano está limpando a cidade. Notícia excepcional. Estão limpando a cidade. A minha rua, por exemplo, teve a sua capina anual realizada e só cerca de dois meses depois recolheram o mato acumulado. Surpresa. Inédito.

A propaganda chama tanto atenção para o que a prefeitura está fazendo que cria a impressão que é algo nunca feito antes na história de nossa cidade. E o locutor, uma das melhores vozes de Floriano, diz em tom professoral: “É assim que se faz”.

Mas espera aí: aquela chamativa frase é para alertar a quem? Aos prefeitos vizinhos que ainda não aprenderam como se faz a coisa? Aos florianenses que devem aprender como se limpam as ruas? Ou o locutor está mesmo é ensinando ao prefeito como se faz? Não entendi aquele negócio, não. Talvez porque eu seja mesmo burro e não tenha percebido o que é o básico do básico e por isso eu tenha que ser bombardeado a cada intervalo dos programas de tv com a propaganda mostrando que o prefeito está limpando a cidade.

Ah, ELMANO FERRER, o sr. tem muito o que aprender nesses quinze dias que faltam para assumir a prefeitura de Teresina. Venha aprender com o seu colega de partido daqui de Floriano. Venha.
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P.S. (1): Será que seria pedir demais para a prefeitura divulgar nos mesmos meios de comunicação o quanto custou aos cofres públicos essa campanha de “salva imagem” (como disse um amigo)? Quanto custou a operação limpeza comparada à operação “salva imagem”?
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P.S. (2): Sobre a discordância entre o secretário e o promotor acerca dos números da dengue, cito reportagem (www.piauinoticias.com/materia.php?id=13171) do portal de notícia de um funcionário do prefeito que diz: “O Secretário de Saúde municipal, professor Mauricio Bezerra, foi convocado para uma reunião com o Ministério Público na quinta-feira, 11, foi acompanhado do gestor público e ele (Mauricio) contestou as informações. Participou da audiência a Coordenadora Estadual da Saúde. Para o promotor Edimar Piauilino a contestação do Secretário de Saúde local, quanto aos dados repassados pelos órgãos em saúde, existem duas situações: a tentativa de maquiar a verdade ou tamanha desinformação de causa. Finalizou o promotor que para o Ministério da Saúde, a questão é considerada uma epidemia e que as autoridades da saúde no município não estão conscientes do seu papel.Pesado, muito pesado.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Jair, meu caro, acho que o prefeito precisa é de uma "picadura" para espantar os mosquitos. Ôpa, esperem... Em Cuba, "picadura" é fumo para o cachimbo! Talvez, com fumaça de tabaco, em substituição ao lixo, os mosquitos se afugentem. De duas, uma: ou "picadura" no cachimbo do povo ou, então, "picadura" no cachimbo da administração.
Antonio Jose - Zé Doca