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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

APÁTRIDA - II.

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Enquanto a SARAH MENEZES voltou agora (ontem) para o Piauí de um campeonato mundial de judô como bicampeã, a outra mostra todo o seu conteúdo medíocre para aparecer. Na foto o governador WELLINGTON DIAS a parabeniza por um dos vários êxitos dessa piauiense de verdade.
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Este tipo de postura de parecer engraçado ridicularizando a si próprio como forma de dizer que não ligamos para o fato de sermos pobres, acarreta desprezo e humilhação. Não se tem notícia de alguém que se tornou um ser humano melhor depreciando a sua capacidade de agir em busca do melhor. Não se aprende, por exemplo, quando se acha que é burro. Tentar para quê se não se tem essa capacidade?
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ARISTÓFANES foi um poeta “cômico” na Grécia Antiga. As suas peças centradas em SÓCRATES tiveram o mérito de preparar a aceitação da condenação do Filósofo. O poeta o ridicularizou a tal ponto que SÓCRATES foi estigmatizado (como relatou VOLTAIRE no Dicionário Filosófico). SÓCRATES ficou tão ridicularizado com os acintes de ARISTÓFANES que seus argumentos não foram suficientes para convencer os seus julgadores de sua inocência das acusações que sofreu.
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SÓCRATES foi condenado à morte. Algum tempo depois os atenienses viram que tinham cometido um erro brutal e procuraram se redimir erigindo um busto dele no panteão dos heróis gregos. SÓCRATES era pobre como o Piauí. Será que essa ridicularização ininterrupta não quer nos condenar ao desaparecimento, como deseja ZOTTOLO? Será que somos um fardo tão pesado assim para o Brasil? Que seria melhor para o país se nós não existíssemos? Para ARISTÓFANES com suas gracinhas havia mais do que apenas “humor” nas suas investidas contra SÓCRATES. SÓCRATES havia se tornado indesejado pelos poderosos. Será exagero meu? Paranóia?
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Ou será que o que fez a florianense no programa do Jô foi apenas humor? Ela pensa que foi, tanto que em seu blog disse que não vai ficar se explicando. Acredito que não deveríamos pedir explicações a ela, não. Pois a maneira como ela se explica piora as coisas. Basta vê–la com réplicas de pênis e outras grosserias mais para perceber que uma atitude no campo jurídico deveria ser mais conveniente do que qualquer pedido de explicação.
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A maneira como ela se faz de vítima para justificar as mazelas de sua vida não pode nos servir de modelo. A imagem de vítima só serve para justificar a pouca ajuda financeira que temos “direito” da nação para fomentar nosso desenvolvimento. “Para miseráveis qualquer esmola é suficiente”. Como vítimas ridicularizadas não conquistaremos o respeito que merecemos nem nos imporemos como capazes. Ninguém acreditará em nós.
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Quando se faz humor de verdade e com inteligência o reconhecimento pelo mérito é quase instantâneo. PLATÃO, Filósofo grego na Antiguidade, definiu o homem na categoria dos “bípedes sem penas” (Diálogo “Político”). DIÓGENES, Filósofo da escola Cínica – adversário – certa vez foi à escola de PLATÃO com um galo depenado dizendo: “Eis o homem, segundo PLATÃO”, como nos conta R. CORBISIER. Isto é que é humor. Contextualizado e inteligente.
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O que fez aquela moça no programa do Jô? Primeiro não foi humor, segundo não é nada inteligente. Se fosse inteligente e humorista nós daqui de Floriano, a sua terra, a conheceríamos e o Brasil também. Para a maioria de nós foi preciso, para que a conhecêssemos, que ela exibisse toda a sua estupidez ensaiada de uma só vez em rede nacional.
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Sou piauiense de Floriano. Minha identidade cultural diz quem eu sou e como sou. E isso não pode servir de argumento para a soberba de ninguém, para intolerantes disfarçados de humoristas. Não é porque somos de um estado pobre da federação que temos de agüentar tanta chacota.
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Ela é mesmo de onde? Não quer ser daqui. Não é do Maranhão. Não é do Rio de Janeiro. Não é de São Paulo. Perdeu assim a sua identidade cultural e ficou confusa. Quem é ela? A que demo pertence? Ela é estrangeira em qualquer lugar.
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O que essa moça faz só é valorizado por quem deseja ridicularizar a quem se julga inferior por ser diferente. Quem já viu algum humorista rico especialista em fazer piadas com os ricos sendo divulgado na TV? Os donos das TVs são ricos e não permitem que os ridicularizem para não perder a dignidade e o respeito. Mas fazem “graça” com os pobres cotidianamente. E vejo que quando não se respeitam mais, os próprios pobres fingem que não são pobres para ridicularizar aquilo que não querem ser.
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Somos pobres e se não desejamos sê–los não será com chacota de nossa própria condição que deixaremos de nos enquadrar em tal condição. Não estou dizendo que devemos nos enganar pensando que somos ricos. Não. Mas deixar de passar por coitados miseráveis desejando a pena e a esmola dos outros que junto vem também o escárnio pela boca estúpida de medíocres disfarçados de humoristas.
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2 comentários:

Quintinho Cunha disse...

As pessoas que não se valorizam e não respeitam os outros terminam por dizerem mediocridades sobre si mesmos, como fez essa senhora que se acha humorista do "interior do Piauí". Não quiz, se quer, falar de qual cidade é!

Portanto, a sua atitude insana evidencia que lhe falta educação quando desrespeitou o nosso Estado e sujeitou ao ridículo a sua própria família.

Quintinho Cunha

Unknown disse...

Sônia Silva(Ex-aluna da Faculdade Religare-turma 07)
Prof. Jair, eu também fiquei estarrecida com essa que se diz humorista e da cidade de Floriano, com toda certeza que digo, ela não tem amor a seu torrão, porque a expressão usada a essa terra foi desumana e não merece ser respeitada como uma florianense. Assino em baixo de tudo que você falou. Você como filósofo e professor sabe o que faz e o que diz, merece todo a minha adimiração.