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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

VEJA E SERRA, TUDO A VER.

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ROBERTO CIVITA (dono da Veja) e SERRA.
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No centro da foto: FHC e ROBERTO CIVITA.

Essa aliança com propósitos espúrios pode levar os brasileiros pobres à miséria no estágio do governo do PSDB, se o eleitor ficar quieto. Leia essa entrevista e saiba coisas que Veja não publica nem a pau. Mas deveria se fosse uma revista honesta e imparcial.

EM DEBATE: O DIABO FAZ BOAS AÇÕES?
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Dados do Portal da Transparência mostram que o Ministério da Educação (MEC) repassou para o grupo Abril (Veja) mais de R$ 719 milhões nos últimos cinco anos. O dinheiro foi repassado por meio de compras de livros didáticos. Apesar da falta de tradição no ramo, o grupo conseguiu garantir para si, desde 2004, aproximadamente 22%, ou seja, mais de um quinto dos recursos do MEC destinados para a compra desse tipo de material.
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O controle editorial e ideológico do conteúdo desses livros e o uso do dinheiro público como patrocinador desse projeto foram discutidos pelo diretor de redação do jornal Hora do Povo, Carlos Lopes. Em entrevista à Radioagência NP, Lopes diz que desconfia das boas intenções do grupo no novo ramo editorial.
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Radioagência NP (RNP)– Carlos, o que significa o grupo Abril ficar com um quinto do orçamento de livros didáticos do Ministério da Educação?
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Carlos Lopes (CL) – Nós estamos em uma situação em que praticamente duas empresas controlam as vendas para o MEC. Uma é o grupo Abril, e [outra] é o grupo espanhol Santillana (dono das editoras Moderna e Objetiva). Isso só serve para fortalecer os setores mais reacionários. Na medida em que o grupo Abril monopoliza [as vendas] e o grupo Santilhana também, as outras editoras nacionais ficam impedidas de crescer, porque, afinal de contas, o mercado – e o mercado principal é o MEC – fica ocupado por esses monopolistas.
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RNP – Por que o grupo Abril resolveu investir nos últimos anos no ramo de livros didáticos?
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CL – Em 2004, o grupo compra duas editoras: a Ática e a Scipione, que eram editoras tradicionais dos livros didáticos. Essas editoras do ponto de vista das compras do MEC, não estavam em boa situação. E de repente, depois do grupo Abril adquirir a Scipioni e a Ática, começou um progressivo aumento da concentração das compras do MEC nessas editoras. Eu acho que os principais motivos para o grupo Abril investir nos livros do didático são dois. O primeiro: dinheiro. A segunda é a seguinte: no momento atual, as revistas do grupo Abril têm como principal renda, além da publicidade, as vendas ao Estado.
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RNP – Você poderia explicar melhor isso?
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CL – Em São Paulo , o governador [José] Serra (PSDB) – que é aliado do grupo Abril – fez uma série de compras de revistas do grupo. Consultando o Diário Oficial do dia 23 de outubro de 2007, o estado de São Paulo fez uma assinatura da revista Nova Escola, com o prazo de 300 dias, de mais de 18 mil revistas Nova Escola, da editora Abril, preço superior a R$ 408 mil. No dia 29 de março de 2008, tem outra compra do estado [de São Paulo], desta vez da revista Recreio, um valor superior a R$ 2 milhões. No Diário oficial do dia 23 de abril de 2008, existe outra compra que ultrapassou R$ 2 milhões basicamente da revista Guia do Estudante. Para não me alongar, citei alguns exemplos. A mesma coisa eles fazem com o governo federal. Eles sabiam que esse é um mercado importante.
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RNP – A revista Veja fez uma matéria alegando que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu R$ 43 milhões do governo federal. Não é contraditório fazer uma matéria nesse sentido, sem levar em conta que o grupo do qual ela faz parte, recebeu R$ 719 do MEC?
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CL – Convênio com o governo federal é parceria com o governo federal, não é dinheiro para a entidade, mas dinheiro para ser aplicado em um determinado projeto. Não é dinheiro para o MST, é dinheiro para o MST trabalhar. Então, R$ 43 milhões é uma quantia ridícula para uma entidade do porte do MST. Agora, no mesmo período de cinco anos, o grupo Abril recebeu do governo federal R$ mais de 719 milhões [na venda de] livros didáticos. Isso quer dizer 17 vezes mais do que o MST.
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RNP – A atuação no ramo de venda de livros didáticos para o governo federal tem a ver com o projeto político do grupo Abril para o Brasil?
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CL – Eu acho que sim. Qual o projeto do grupo Abril para o governo? Na Veja está absolutamente escancarado: eles consideram que o Brasil deve ser uma economia dependente da norte-americana. Passar esse conteúdo ideológico para os livros não é muito difícil [de ser feito]. Achar que esse projeto é o mais adequado para o país é achar que o diabo faz boas ações.
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RNP – Para finalizar, em um artigo de sua autoria, você indaga ‘por que os inimigos do povo deveriam receber o dinheiro do povo’. Nesse caso, o inimigo a que você refere é o grupo Abril. Há alguma resposta para essa indagação?
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CL – Olha, realmente não. Sinceramente, a revista Veja não passa de uma revista partidária, não passa de um panfleto. Nós podemos até escolher se é um panfleto do PSDB ou do Partido Republicano dos Estados Unidos, mas, sem dúvida nenhuma, é um panfleto político. Eu não consigo entender porque tanto dinheiro para um grupo que só faz, no fundamental, propagar um golpe de Estado no Brasil.
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De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso.

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