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terça-feira, 14 de julho de 2009

RESSENTIDO.

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Foto de EFIALTES no filme 300: um ressentido.
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O ressentido é aquele indivíduo que não realiza as suas potencialidades. Aquilo que deseja e poderia fazer para ser melhor do que é, aquilo que poderia fazer para viver melhor do que vive. Toda a sua potencialidade foi perdida, destruída pela sua fraqueza, pela falta do enfrentamento, pela falta da luta. O ressentido não percebe que a sua desistência é mais (e principalmente) culpa sua do que do outro. A acomodação, o não ter tentado (ou não ter se instrumentalizado para a luta) o leva a responsabilizar o outro pela a sua condição.
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O fracasso causa dor. Ele sente essa dor constantemente. Como não admite ser um fracassado diante do que o outro conseguiu, ele, intimamente, sente a dor, ele a ressente, de novo, de novo. Para agüentar ele toma o seu demerol, neste caso é a quebra das regras do jogo. Para conseguir o que quer ele segue outras vias. E isto dói porque o outro conseguiu conservando as regras.
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Imagine um craque de futebol jogando uma partida. O craque é sempre aquele que treina, desenvolve as suas habilidades, se concentra, presta atenção às orientações e entra em campo para a partida. Durante o jogo cria as jogadas, demonstra as habilidades, segue as orientações, tudo isto obedecendo às regras do jogo.
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O ressentido é aquele que xinga o adversário, faz falta por traz e tenta ganhar o jogo na marra. Ao final diz que a culpa do fracasso é do árbitro, do pouco tempo de acréscimo de tempo, do gramado, do adversário...
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O ressentido é um fingidor. Ele se disfarça para conseguir o que quer e só mostra quem é realmente depois que já conseguiu, através da burla, o seu objetivo. Na verdade é sempre um corrupto, incompetente. Ele quer ser rico a qualquer custo. Não importa que valor moral ele tenha que destruir. Mas como os que aceitam a moral estabelecida são em maior número e quase sempre estão alertas contra as falcatruas do ressentido, então, ele cria uma máscara e se associa a outros ressentidos para formar uma súcia com o objetivo de desmoralizar a maioria.
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Esse comportamento normal entre eles de afirmar que todos são corruptos como eles serve mais para tirar a atenção de si – para poder roubar de forma mais cômoda – do que disseminar a noção que realmente todos são corruptos. Parece complicado, mas não é. Veja só: se o roubo se tornar uma regra o ressentido terá também de quebrá-la, pois o roubo se tornará uma ação valorizada e concorrida (como é sempre comum em nossa sociedade, a concorrência), e como o ressentido é sempre despreparado ele encontrará um jeito de quebrar esta regra também. Ele quer sempre ganhar a partida com um gol de mão.
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O ressentido alimenta a corrupção, a degradação. Ele cria nos demais a necessidade da corrupção e degradação para não ser condenado, apontado.
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Mas, e aqueles que se prepararam e conseguiram algum sucesso, por que são corruptos também? Pelo meu raciocínio este tipo teria a sua ação justificada, mas calma. Este tipo por viver num meio de consumo e renda mais elevados ele irá se comparar com aqueles que são mais do que ele. Não são ressentidos comuns. Aquilo que conseguiram é sempre menos do que aqueles que se prepararam melhor. Este tipo de ressentido ocupa status intermediários. É sempre aquele que não tem competência para ser mais do que são e se juntam a outros iguais para atingir o nível econômico, pelo menos, dos que são melhores. Isto o satisfaz momentaneamente, pois ele se vê como menos incompetente.
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Se as regras existentes transformam a maioria em excluídos sociais e econômicos temos que mudar as regras com a anuência de todos, e não assumir a corrupção como meio de resolver os problemas. O caminho mais fácil é sempre o caminho do ressentido, e, neste caso, roubar é o caminho mais fácil.
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Escrevi este texto para explicar a um leitor o que entendo por ressentido. É que me referi a um numa postagem anterior. Não estou dizendo que os excluídos sociais são ressentidos. Estou me referindo, exclusivamente, aos incompetentes ressentidos e corruptos. Você conhece, ou já ouviu falar de algum?
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Convido o leitor a pensar numa explicação para aqueles que têm uma posição social, profissional satisfatória e que realizaram as suas potencialidades e não são ricos. Porém, não admitem roubar para se igualar a outros. Que moral é esta? Que atitude é está? Pode-se dizer que é conformismo? Diga você.
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