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terça-feira, 9 de junho de 2009

JESUS E AS TRÊS MISSÕES.

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JESUS e sua três missões, segundo o Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR.
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JESUS VENCEDOR
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O Novo Testamento apresenta três tipos de atividades de Jesus. Em algumas passagens, Jesus se dedica a curar pessoas e apresentar façanhas. É o Jesus fazedor de milagres. Em outros episódios Jesus expõe decisões e regras que as pessoas devem tomar para estar autenticamente junto dele. Trata-se da atividade de Jesus como quem exige um tipo de amizade radical – é o Jesus ciumento. Por fim, Jesus também conta parábolas, e uma boa parte delas diz respeito à doutrina do amor. Neste caso, Jesus incita a um comportamento novo tanto no mundo dos judeus quanto no mundo greco-romano: o do perdão ao inimigo e o de ajuda a qualquer pessoa que precise de auxílio.
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O Jesus fazedor de milagres é pouco útil para os que não querem explorar a boa fé popular. O Jesus ciumento apenas repete o primeiro mandamento do Velho Testamento: “Amai a Deus sobre todas as coisas”. O Jesus que traz a idéia de “dar a outra face” é o Jesus revolucionário.
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Por que “Jesus revolucionário”? Ora, a idéia de “dar a outra face” é muito esquisita. Nenhum de nós a cumpre. Somos capazes de perdoar até adversários, mas não inimigos. No entanto, após Jesus ter circulado pelo nosso mundo, mesmo que não sejamos capazes de perdoar inimigos, sempre que começamos a querer vingança não nos sentimos percorrendo o melhor caminho. Ou seja: podemos querer vingança, mas não queremos que volte a imperar uma regra social e jurídica do mundo antigo, o “olho por olho e dente por dente”. Como regra social e jurídica, preferimos a vigência de algo que não conseguimos fazer no âmbito individual, o perdão ao que nos fez mal.
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Ou seja, conseguimos fazer valer o recado do Jesus revolucionário – a doutrina do amor – no âmbito do Estado Liberal e, paradoxalmente, não conseguimos fazer valer tal coisa para nossos próprios corações, individualmente..Assim, Jesus terminou por vencer onde ele não imaginava vencer, no âmbito político. Mudamos a ordem política e cada vez mais nossas penas se abrandam. Tornamo-nos “mais civilizados” – é o que dizemos – ao criar Estados que procuram imputar danos físicos e psíquicos aos seus transgressores de um modo cada vez menos rude. Talvez tenhamos feito isso exatamente para conseguir seguir Jesus de um modo possível. Pois, no campo de nosso coração, não temos como perdoar o agressor.
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Jesus que, segundo ele próprio, não queria ser político, venceu no campo político. No campo em que ele apostou que venceria (no coração dos homens), ele não alcançou um sucesso completo. Todavia, há quem diga – Nietzsche à frente – que exatamente por não ter conseguido mudar nossos corações, acabou nos deixando com a culpa suficiente para nos forçar a mudar nossas leis.
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Por: PAULO GHIRALDELLI JR
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