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sexta-feira, 8 de maio de 2009

NECESSIDADE IDEALIZADA E CORRUPÇÃO - I.

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Quando ouço discursos em que vereadores se dizem escolhidos democrática e soberanamente pelo povo, me dá azia, pois não mérito nessas mal ditas palavras. Os mandatos, invariavelmente, são sempre os resultados de um processo eletivo absolutamente questionado. O Brasil todo debate como fazer para evitar a compra de votos.
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Há aqueles vereadores que tendo “contratado” cerca de 2.000 pessoas para “trabalharem” para ele cerca de 600 resolveram enganar-lhe. É uma troca inconsciente visto que quem compra voto não tem propósito sério para exercer um mandato.
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O que impressiona é que até parece que esses vereadores, adoradores dessa prática, leram JULES LEQUIER (1814-1862) quando justificam que comprar voto é uma “necessidade”, portanto não pode haver condenação moral porque do contrário não seriam eleitos.
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Essa “necessidade” extinguiria as opções (o exercício da liberdade) que os livrariam de uma condenação moral. Só é livre e, portanto, responsável pelos seus atos aquele que pode escolher. Se não pode escolher não é livre e também não pode ser responsabilizado moralmente pelos seus atos.
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Parece perfeito esse raciocínio. Mas na verdade é uma falácia. Comprar voto não é justificativa para imoralidade. Um ato moral é antes de tudo validado socialmente. E a sociedade, pelo menos a parte sadia dela, condena verdadeiramente esta prática.
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Sendo assim, quando se apela para a ignorância das pessoas para justificar imoralidades está caracterizada a falácia. Não há necessidade de comprar voto. O que há é corrupção de valores tanto de quem compra como de quem vende. Os votos seriam computados mesmo que ninguém comprasse voto e dez pessoas seriam eleitas. O problema de quem compra é que muito provavelmente não ficaria entre os dez.
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