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terça-feira, 10 de março de 2009

08 DE MARÇO - II.

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Mais um texto sobre a luta pelos direitos das mulheres. Bem que eu poderia escrever um texto sobre o tema, mas alguns valores machistas veem à tona e me enchem de sarcasmo. Dia internacional da mulher, é demais. Mas mesmo assim publicarei alguns textos de outros autores para compensar a minha falta de entusiasmo. Acima uma gravura que representa XANTIPA e SÓCRATES momentos antes de SÓCRATES tomar o veneno cicuta.
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AS VITÓRIAS DE XANTIPA.
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XANTIPA, mulher de SÓCRATES, lutou, infrutiferamente, pela criação de um conselho de defesa dos direitos das mulheres O Conselho das Matronas. A mulher, ao longo da História, sempre teve uma posição de menos-valia, pela lei, pela religião e pelos costumes. Antes dessa época, CONFÚCIO já afirmava: “Numa mulher, a falta de talentos é uma virtude”. ARISTÓTELES dizia: “A mulher é mulher porque lhe falta algo”.
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A batalha das mulheres levou-as a ter acesso à instrução, ao trabalho diferenciado, ao direito ao voto e à prática sexual sem risco de gravidez, mas isto não aconteceu em todas as culturas, nem foi incorporado à vida das mulheres ao longo do mundo.
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MARIAN KEYES, escritora irlandesa, afirmou, em 2007: “Somos a geração nós fazemos e não temos tudo. Ainda não temos os melhores salários, assumimos a maioria dos trabalhos domésticos e os cuidados com as crianças. Estupro e violência doméstica não são tratados como crimes de verdade. Na realidade, ainda somos cidadãs de segunda classe”.
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O gatilho para este ensaio partiu da reportagem de ZH de 1o de março de 2009, intitulada “Empurradas para o altar”, que trata de pais que venderam sua filha de apenas 11 anos para um homem de mais de 40, alegando que precisavam do dinheiro.
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Gostaria de salientar dois fatos recentes desta caminhada. Um foi em agosto de 2006, quando foi sancionada a Lei Maria da Penha, para proteção das mulheres vítimas de violência doméstica. Outro foi em janeiro de 2009, quando BARACK OBAMA, presidente da nação mais poderosa do mundo, sancionou a Lei LILLY LEDBETTER, tornando iguais os salários de homens e mulheres, pois lá, assim como em outros lugares do mundo, as mulheres ganham 75% do que os homens recebem. No Brasil, em pesquisa recente, Porto Alegre é a cidade do país onde existe a menor diferença de salários, de acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos.
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A semente lançada por XANTIPA ainda gera frutos, e a árvore que daí nasceu, em prol da dignidade da mulher, não pode fenecer jamais.
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Esta luta é de todos.
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por CÉSAR PEREIRA LIMA
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Médico
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