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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

PRAÇA E TRAÇAS.

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Sobre a retirada dos tapumes que cercavam a praça central sempre que ouço pessoas comentando sobre o resultado final nunca ouvi satisfação. Profissionais de várias áreas dizem não entender o propósito de quem imaginou aquela aparência.
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"Parece um deserto". "Fizeram um mar de cimento, na verdade". Dizem. Outros perguntam sobre a derrubada das árvores e alegam que se quase não há mais, por que bancos para sentar? Sentar sob o sol? Outros reclamam das raízes das poucas que sobraram e que ficaram à mostras acima do nível do piso, "coisa mais feia".
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No meu modo de pensar levo em consideração a boa intenção do projetista. Devo acreditar que a pessoa gastou milhares de neurônios para propor aquele troço ali. O prefeito aprovou baseado no seu inquestionável senso estético, paisagístico, arquitetônico e utilitário. Levando em consideração que existem novos fundamentos influenciando a criação de obras como aquela e que esta influência tem chegado à cabeça de arquitetos informados. Devo especular sobre o motivo que os levaram pela decisão de refazer a praça naqueles moldes.
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Poderia ter ficado mais bonita mesmo utilizando esses fundamentos da nova consciência ecológica? Poderia, e como. O problema é que não fizeram o casamento entre o senso estético, senso de responsabilidade ecológica e o prático utilitário.
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Acredito que o fundamento para fazer aquilo que está sendo chamado de "deserto do JOEL", a praça central, foi baseado no senso ecológico que prega a preservação de áreas verdes produtivamente planejadas. Segundo essa tendência as cidades devem promover a plantação de vegetação em áreas que se destinem a amenizar o calor de regiões como a nossa. Mas devem levar em consideração que a água é um recurso natural que deve ser preservado para uso humano nas condições necessárias e apropriadas. Alguns estudiosos dizem que se não tratarmos a água com o devido cuidado no futuro viveremos sérias dificuldades em consequência de sua falta.
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Sou favorável à decisão de não ter grama ali por dois motivos. Primeiro porque se gastaria muita água para mantê-la. Além da água desperdiçada a conta pelo serviço prestado seria salgada. Segundo porque mesmo que planejassem os mais práticos passeios entre os canteiros haveriam aqueles mal educados que passariam em cima da grama. Aliás, antes da dita reforma o retrato era terrível. A grama toda pisoteada e os passeios que servem para facilitar a circulação das pessoas quase nunca utilizados.
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Então, neste aspecto concordo com a decisão prática do prefeito de não cultivar grama na praça reformada. Mas isso não significa que os meus motivos sejam os mesmos dele. Me contaram que o motivo dele foi outro: atender aos vários pedidos de pessoas influentes que se servem da praça uma vez ao ano para exposição de barracas com seus produtos numa feira que fazem lá. Outro motivo, me confidenciaram, foi atender, como o "Padim Ciço" aos fabricantes de lamparinas do interior do Ceará criando um arrastão iluminado pelos produtos dos endividados fabricantes, aos fabricantes de bloquetes de cimento.
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A praça está muito sem graça. Não há como convencer a qualquer pessoa minimamente informada que ali foram gastos R$ 650.000,00. E ainda não foi concluída. Para fazer o prédio serão gastos mais R$ 175.000,00 além do dinheiro previsto inicialmente. Tem coisa seriamente errada aí. E ninguém faz nada. E ninguém diz nada. A oposição está caladinha, caladinha.
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Para concluir desejo dizer que não está como deveria com o dinheiro que dizem ter gasto alí. Deveria ficar mais imponente com tanto dinheiro. No entanto ficou tão sem graça. Tão sem brilho. Tão normalzinha. Tão medíocre. Tão JOEL.
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A idéia da postagem e do nome foi do professor ANTONIO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA.
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Um comentário:

Rayson Menezes disse...

Tive a mesma idéia ao vê-la inaugurada no primeiro dia de carnaval... Pensei: isso tah um lixo, vou escrever algo a respeito.

Mas apenas fiquei com aquilo pra mim... faltou atitude para sentar e escrever.

Parabéns! Muito boa a observação, crítica excelente!

Abraços!

Vê se escreve algo sobre a menina de 9 anos escomungada pelo acebispo por realizar aborto legal de gêmeos!
Falta de vergonha!