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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"COMO UMA ONDA".

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Quando disse outro dia, ou quase sempre, aqui que nossa cidade está em péssimas condições de habitabilidade não quis dizer pura e simplesmente que ela não presta, está inabitável.
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Basta compararmos Floriano com Barão de Grajau, MA, (um parâmetro mais próximo) que podemos constatar, como cidade, somos infinitamente melhor.
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Como disse também, baseado no método de análise da "Desbanalização do banal", do Filósofo PAULO GHIRALDELLI, que diante do que existe podemos constatar que há coisas boas ( o povo, a educação, a história, o comércio), mas não podemos assumir a postura de "Pollyanna" e nos transformar em naturalizadores e banalizadores dessa realidade.
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E quando isso acontece nada muda, nada se transforma. Nos tornamos conservadores. E só é conservador(es) aquele(s) que vive usufruindo as coisas que de melhor pode oferecer o sistema social. Caso contrário, ser conservador, vivendo na miséria, é ser alienado.
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Como não sou rico, então a minha mundivisão mostra que, diante do que existe, sempre poderemos desejar algo melhor. "Desbanalizar o banal" é assumir essa postura de continuamente ver a realidade como meta a ser superada (para usar uma linguagem bem ao gosto dos neoliberais).
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Mas, então, por que grande parte dos florianenses quer que as coisas continuem como estão (reelegeram o JOEL)? Para fundamentar a minha posição recorri a J. P. SARTRE (Filósofo francês: 1905-1980) num dos seus temas favoritos: a liberrdade.
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Por que, mesmo sofrendo (falta d'agua, ruas sujas, buracos sem fim, escuridão, "obras" paradas, recolhimento desleixado do lixo - revelando irresponsabilidade na coleta ou demonstrando o descaso das políticas públicas do prefeito - quase a metade do lixo fica nas ruas), as pessoas não tomam uma atitude?
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Segundo SARTRE, essas pessoas não percebem seu sofrimento, elas não contemplam a situação em que vivem, apenas vivem. Lembrei de SÓCRATES: "A vida não contemplada não merece ser vivida". Ou seja, as galinhas vivem sem contemplar a situação em que vivem. Por não perceberem o sofrimento não objetivam melhorar a sua condição existencial. Entendem a sua condição como algo natural, banal (é assim mesmo).
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Assim, por não "desbanalizar o banal" não concebem outra possibilidade, outro nível de vida, outra administração, porque não conseguem estabelecer um parâmetro. Ou seja, porque não conseguem imaginar uma cidade honesta e competentemente administrada.
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Por isso naturalizam o sofrimento de viver indignamente sob o julgo de corruptos e incompetentes. No entanto, não é a elevação ao grau máximo de sofrimento (mais quatro anos de JOEL) que fará as pessoas sentirem a necessidade de agir. E sim quando esse mesmo povo deixar de achar o sofrimento em que se encontra algo banal, natural. E aí esse povo verá que existem, de verdade, pessoas honestas e competentes capazes de administrar dignamente a nossa querida cidade.
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Só quando todos objetivarmos uma realidade melhor é que o sofrimento deixará de ser visto e sentido como natural. E esse objetivo jogará luz sobre o que existe mostrando as suas mazelas, defeitos, corrupção, descaso, desleixo, incompetência, falta do sentimento de pertencimento, possibilitando uma ação superadora desse estado de coisas que existe aqui.
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Sr. prefeito, o que está por vir não são as coisas lá de trás, como as águas de um rio, o passado (MERLEAU-PONTY). O que está por vir é a consciência de um tempo infinitamente melhor para a nossa cidade. O que está por vir é o futuro. E o sr. não faz parte desse futuro porque o sr. é a encarnação do que há de mais pernicioso na política, o que há de mais podre. E o que é podre já feneceu, é passado. É a parte ruim de nossa história.
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O sr. não é o futuro porque já é passado. E o fluxo do tempo, mesmo com suas farsas, não perpetua o passado. "Nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia".
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